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de salinha a R$ 600 milhões em créditos para carros no Brasil



Lucas transforma dificuldade pessoal em negócio milionário no mercado de cartas de crédito

A conversa com Lucas Pontes, proprietário da empresa Autocred, começou como ele mesmo avisou: com sinceridade de quem estreia no formato. “Vocês vão me perdoar, a primeira vez que eu tô nesse formato aqui, podcast”, disse brand na abertura, antes de resumir o que guiaria o tom do episódio: “Eu gosto muito de conversar”.

Ao longo da entrevista, Lucas misturou memória pessoal, bastidores de empreendedorismo e uma tentativa constante de “traduzir” um mercado que costuma confundir consumidores: o das cartas de crédito modalidade ligada ao universo do consórcio e que, segundo ele, tem sido procurada por quem quer fugir da entrada alta do financiamento tradicional.

Lucas tem 29 anos e conta que saiu de Imperatriz, no Maranhão, aos 17. No podcast, ele fez questão de situar a trajetória como algo inseparável da família e do jeito como foi criado.

“De uma origem muito humilde… filho da Ana Lúcia Ferreira Pontes e eu posso dizer que a AutoCred começou no coração do Maranhão”, afirmou. Ao relembrar a mãe acolhendo pessoas de passagem pela cidade, “oferecer abrigo, comida e tudo”, ele diz que cresceu com a ideia de “compartilhar, de dividir”.

A virada, segundo Lucas, veio de uma dificuldade bem concreta: comprar o primeiro veículo financiado. “Eu tive que quebrar uns três cofrinhos para comprar meu primeiro carro financiado, será se todo mundo vai ter que passar por isso para comprar um carro?”, contou. Foi dessa pergunta que, nas palavras dele, nasceu o impulso de construir um caminho que fosse “acessível e democrático”.

A Autocred nasceu “numa salinha” e virou marca antes de virar empresa

Lucas descreveu o início como algo improvisado e muito sustentado em rede de apoio. “Eu sempre fiz tudo na base da amizade”, disse, lembrando do amigo pintor, da elétrica feita por conhecidos e dos primeiros móveis: “os móveis da primeira unidade da Autocred eram móveis Frankenstein”.

Ele conta que, antes de ter empresa própria, a marca Autocred começou dentro de outra operação de consórcio. “A Autocred ela nasceu dentro de uma outra empresa de consórcio… a minha escola”, explicou. Foi ali, em 10 de maio de 2015, que ele criou uma página para atendimento no Facebook e decidiu batizar o negócio. “Carro tem a ver com Auto… daí surgiu o nome Autocred.”

O detalhe curioso, segundo ele, é que as pessoas passaram a procurar a marca antes mesmo de existir uma sede independente. “As pessoas entravam nessa empresa… procurando Autocred. Falou assim: ‘Ah, aqui que é Autocred?’”, relatou.

O mercado da carta de crédito e o que ele chama de “pulo do gato”

Quando o assunto entrou no produto e aqui Lucas fez questão de “simples e objetivo”, ele descreveu a carta de crédito como um sistema coletivo: “um grupo de pessoas que se autofinanciam com o mesmo objetivo”.

A diferença, na visão dele, está em resolver um gargalo típico de quem tenta comprar carro no Brasil: a falta de dinheiro para entrada (no financiamento) ou para lance (no consórcio). “Ninguém consegue… capitalizar 10, 20, 30 mil para dar de entrada”, afirmou.

É nesse ponto que ele apresenta o que chama de “pulo do gato”: “a Autocred ela consegue te subsidiar esse lance, te emprestar esse lance e cobrar esse lance de dentro de todas as tuas parcelas”. No exemplo dado no podcast, ele simulou um carro de R$ 40 mil e explicou a estratégia de contratar um crédito maior para acomodar o lance: “Ao invés de contratar apenas uma carta de crédito de 40… a gente já contrata 50 direto.”

Lucas também comparou valores de parcelas para defender que, após contemplação, o custo mensal fica menor do que num financiamento sem entrada. “A parcela ainda assim fica a metade do que você pagaria num financiamento”, disse, citando números do próprio exemplo: “começa com uma parcela aí de R$ 810 e após a contemplação… o cliente fica com parcela de R$ 650”.

Um trecho recorrente da conversa foi a desconfiança do público e como isso se transforma em decisão. Lucas descreveu o consumidor que “tá com o celular na mão, zapeando” e encontra um vídeo: “Tá bom demais para ser verdade… deve ser marmelada”.

Na leitura dele, o convencimento vem por repetição e proximidade: “do nada essa pessoa… vê o seu vizinho fazendo o vídeo com a gente. Fala: ‘Agora é minha vez’”. E resumiu a lógica como corrente: “um cliente bem atendido, ele gera uma corrente”.

Números citados no episódio: crédito, entregas e expansão

Questionado sobre escala, Lucas afirmou que a Autocred “já movimentou mais de 600 milhões em créditos comercializados” e que foram “um pouco mais de 7.000 carros entregues aí, 7.000 créditos liberados”.

Ele também disse que a operação vem se expandindo para Mato Grosso com mais intensidade nos últimos meses. “No último mês nós já conseguimos comercializar mais de 11 milhões em cartas de crédito só no estado do Mato Grosso”, afirmou, descrevendo uma rotina de viagens para Cuiabá e gravações de entregas.

O lado mais forte do episódio aparece quando Lucas sai dos números e vai para as histórias. Ele citou a Joana, de Várzea Grande, “quase 70 anos”, que saiu “do buzão para um carro 0 km” e cantou um trecho que ele atribuiu a Raul Seixas: “Não diga que a canção está perdida… Tente outra vez”.

Trouxe também a entrega em uma aldeia/distrito de Dourados, descrevendo uma família que saiu de “uma motinha acabadinha” para um carro com parcela “de 500 e pouquinho”. E contou o caso de Michele, de Itaporã, que tinha um Palio e buscava um Corolla, mas não conseguia fazer a parcela caber no orçamento mesmo com entrada: “Ela veio desacreditada… ‘eu não consigo pagar uma parcela de mais de R$ 600’”. Segundo Lucas, o desfecho foi uma prestação “de 500 e pouquinho”.

Para ele, essas situações reforçam a tese de que mobilidade virou dignidade: “Hoje um carro não é mais luxo, é necessidade”.

A expansão e a nova sede

No fim do podcast, Lucas projetou um futuro de crescimento nacional. “Potencializar essas entregas aí em todo Brasil, literalmente ecoar aí o nome da Autocred”, afirmou, descrevendo a imagem que diz imaginar: “do lado de uma senhorinha numa estradinha de chão, abraçado com ela, contando a história dela”.

Ele também comemorou a nova estrutura em Campo Grande, na Pedro Celestino, 267, que chamou de “marco” depois de “uma década”. “Era um por cima do outro”, resumiu sobre o espaço anterior. Agora, segundo ele, são “mais de 500 m²… para caber muito cliente, muita gente, muito colaborador”.

Ao ser provocado a deixar um recado para quem ainda está indeciso, Lucas fez uma frase de efeito e voltou ao ponto central: adiar decisão. “O medo não anda de carro novo pagando a menor parcela do Brasil… vem com medo mesmo”, disse. E completou: “Todas as pessoas falam: ‘O arrependimento é não ter feito antes’.”

No encerramento, ele repetiu o estilo brincalhão que atravessou o episódio “vocês sabem que eu sou baixinho, mas o coração é grande” e reforçou que a vitrine do trabalho está no dia a dia das entregas e nos depoimentos publicados.

Acompanhe a Autocred pelo Instagram e web site www.autocredbrasil.com.br.

 



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